Para resolver os problemas mais graves do mundo, não há nada mais poderoso que a educação
Com o surto pandêmico, pessoas de todo o mundo manifestaram aversão aos chineses. Na verdade, colocaram todos asiáticos no mesmo pacote e os insultaram com ataques em redes sociais e agressões em ambientes públicos. Ainda não é possível rastrear precisamente o modo como o vírus chegou à humanidade, mas a China foi injustamente estigmatizada como culpada pela pandemia, visto que o primeiro dos casos registrados aconteceu em seu território.
No entanto, doenças podem surgir em qualquer lugar do mundo a qualquer momento. Usaram o vírus apenas como um pretexto para destilar o preconceito que já existia muito antes da pandemia. Esse preconceito contra uma nacionalidade específica é o que chamamos de xenofobia. Em outras palavras, o termo se refere ao repúdio e à hostilidade que pessoas de um lugar sentem e praticam em relação a pessoas de outros lugares.
A xenofobia aumenta a partir dos fluxos migratórios, porque eles possibilitam a convivência de nacionalidades distintas em um mesmo território. Geralmente, os nativos repudiam a presença dos imigrantes. Podemos citar como exemplo clássico a relação entre estadunidenses e mexicanos.
O preconceito dos estadunidenses fomenta estereótipos injustos e equivocados a respeito dos povos latinoamericanos. Eles desconhecem as especificidades da diversidade cultural que compõe o restante do continente. Uma aula de geografia resolveria essa questão.
Educação, como sempre, melhora o planeta
Acreditamos no ensino como uma ferramenta de combate aos preconceitos. Entre eles, a xenofobia. Mais especificamente, defendemos a importância das aulas de geografia no que tange esse propósito.
Conhecer o mundo para além da sua bolha e compreender o conceito da globalização nos leva a valorizar a interação entre as nacionalidades, respeitando e apreciando as diferenças entre os povos e suas culturas.
O Brasil vai além do Sul e Sudeste
Mas se engana quem pensa que a xenofobia acontece apenas entre países. No território brasileiro, algumas regiões preterem outras. No começo desse ano, houve um caso de repercussão nacional contra o Nordeste.
Norte e Nordeste são os principais alvos dos preconceitos oriundos do Sul e do Sudeste. Criação de estereótipos, a invisibilização de alguns estados, o desconhecimento sobre a cultura e a falsa hierarquia formam as características típicas da xenofobia entre as regiões brasileiras.
Assim como no caso dos estadunidenses e mexicanos, defendemos a educação como medida de confronto ao preconceito e de reparação às suas consequências. Desejamos que os professores de geografia saiam do eixo sul e sudeste em suas aulas, falem sobre as demais regiões e ensinem a importância da diversidade para a formação de nosso país.
A xenofobia, além de ser um atestado de ignorância desmedida, pode ser denunciada como crime. A conscientização e a tolerância parte das escolas. Professores, em suas mãos está o começo de um mundo mais harmônico e pacífico onde americanos abraçam mexicanos, sulistas elogiam nordestinos e ocidentais respeitam orientais.