Entender a individualidade de cada estudante é fundamental para o sucesso no ensino
Talvez uma das mais cruéis cobranças enfrentadas pelo ser humano é a de se comparar aos outros. Apesar de recorrente, esse comportamento talvez seja dos mais danosos para o psicológico das pessoas pois, muitas vezes, na comparação são exigidas habilidades que nem todos podem entregar. Tudo isso tendo terceiros como parâmetro. Se para adultos essa é uma cobrança capaz de desestruturar a cabeça, imagina para crianças e adolescentes.
Os estudos mais recentes da psicologia e também da psiquiatria rechaçam categoricamente esse comportamento que, ao analisar a história, percebemos ter sido amplamente utilizado, principalmente no contexto escolar. “Tá vendo? Se o coleguinha conseguiu, você também consegue!”; “Você tem que ser bom igual o Fulano de Tal!”; “Tem que fazer do jeito do Ciclano, ele sim sabe!”. Infelizmente, todo mundo já ouviu essas frases, não é? Mas elas podem ser responsáveis por uma série de injustiças, já que consideram apenas uma forma, um jeito, uma única possibilidade de seguir pelo caminho assertivo.
Cada um tem seu jeito
Não é segredo pra ninguém que o ser humano é plural. Todos têm potencialidades e dificuldades em diferentes áreas. Quando uma escola toma essa consciência dentro da sua estrutura, transferindo-a para o corpo docente, o trabalho passa a ser guiado por valores mais realistas, considerando as individualidades de cada estudante.
E esse é um ponto de partida extremamente importante: entender que cada indivíduo é único. Quando consideramos esse pressuposto, temos um ferramental muito mais instrutivo com capacidade de favorecer o crescimento do estudante. Isso faz com que, primeiramente, eliminemos as comparações, conheçamos as aptidões e possibilidades de cada aluno. Dessa forma, podemos traçar uma trajetória possível, dentro das potencialidades de cada um.
Descubra o seu talento
Tudo isso desperta também a noção de que, quando o desempenho dentro de uma área específica, não é dos mais elevados, é importante descobrir e incentivar a expansão dentro de contextos que o estudante tem melhor domínio. Isso pode, inclusive, funcionar como trampolim para que ele consiga melhorar suas “debilidades”. Quando o professor assume essa postura, pode atuar como um grande motivador para que a criança ou o adolescente se sinta mais confortável e consciente de seus talentos.
A grande injustiça de tentar criar a ideia de que alguém precisa ser bom o suficiente numa determinada área que não tem tanto domínio é que, muitas vezes, anula a chance do próprio indivíduo descobrir e lapidar outras habilidades. Talvez, estas sim, que façam parte da sua expertise, tendo a chance de revelar alta performance em um contexto que faz mais sentido para ele.
Essa é a educação que verdadeiramente faz diferença na vida das pessoas. Entender as individualidades e, a partir delas, potencializar perspectivas. É dessa forma que construímos juntos uma pedagogia completa, integral e para toda a vida.