Parcerias entre museu e escola podem representar grande potencial educativo
Há quem subestime os museus e evite visitá-los. No entanto, eles são espaços de valor inestimável para nossa sociedade no que tange o fomento da cultura, a preservação da história e a distribuição do conhecimento. Suas exposições e mostras agregam muito aos repertórios individuais e podem proporcionar interessantes experiências educativas.
O museu, enquanto instituição pedagógica, possui rico potencial, agregando à formação acadêmica, cultural e social dos estudantes camadas complexas de relações entre o conhecimento e sua aplicação na vida. Por serem espaços reconhecidamente interdisciplinares, trabalham mais que a história (tema recorrente em exposições), mas podem, também, apresentar diferentes tipos de curadoria e acervos que contemplem todas as ciências. Não é raro que escolas promovam visitações a estes ambientes a fim de expandirem o ensino para além das salas de aula.
Um exemplo bastante conhecido no Brasil é o caso do Museu da Língua Portuguesa, localizado na cidade de São Paulo. Inaugurado em 2006, já ultrapassou a marca de 3 milhões de visitantes. Embora esteja fechado desde 2015, por causa de um incêndio nas dependências, em julho deste ano (2021) volta a atender os visitantes de forma adaptada, por causa da pandemia.
O objetivo do acervo do museu é contar a história do idioma, falar sobre suas influências e diversidade, homenagear nomes célebres da literatura e proporcionar uma experiência sensorial e interativa com a língua. Imagine como deve ser incrível ter uma aula de português nesse espaço!
O Sistema Interativo de Ensino (SIE), assim como a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), acreditam na potencialidade da parceria entre museu e escola.
Mas e a pandemia?
Muitos museus fecharam suas portas durante a pandemia e não podemos negar a perda social representada pela necessidade de vetar o acesso à exposições e acervos. Muitas das equipes que administram estas instituições têm lutado para manter algum tipo de funcionamento enquanto o mundo precisa ficar recluso. Para contornar a situação, um número considerável de museus (seguindo o exemplo das escolas), se adaptaram à realidade e migraram parte de suas exposições para o ambiente virtual. Outros, já investiam na dobradinha físico/digital há um bom tempo, mas na pandemia se viram obrigados a trabalhar em apenas uma dessas frentes.
Como professor ou gestor, você pode propor que sua escola faça parcerias com museus e que seus alunos visitem algumas dessas exposições virtuais em andamento durante a pandemia. Uma cooperação que, sem dúvida, beneficia todos os lados envolvidos. Além do mais, contribui para incentivar o acesso a espaços museológicos no Brasil que,de acordo com IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus), é muito pequeno se comparado a países como Espanha, EUA ou França.
Pensando em fortalecer estas iniciativas listamos algumas das exposições que estão acontecendo virtualmente. Confira as dicas e descubra quais delas podem contribuir para o conteúdo que você trabalha com seus alunos:
1- Museu do Louvre (Paris, França)
Começamos com um clássico! O Louvre é um dos museus mais importantes do mundo e, embora esteja localizado na Europa, você não precisa de passaporte para visitá-lo. Famoso sobretudo por sediar Mona Lisa, o quadro icônico de Leonardo da Vinci, o espaço expõe mais de 30 mil obras. Para contemplá-las, basta fazer um tour virtual.
2- Pinacoteca (São Paulo, Brasil)
Trata-se de um museu de artes visuais com foco na produção artística brasileira ao longo do tempo, do século XIX até hoje, dialogando com as culturas do mundo. Tanto o acervo quanto o espaço estão digitalizados e disponíveis no site do museu. A visita virtual à Pinacoteca, carinhosamente chamada de Pina, articula a realidade virtual e possibilita uma experiência imersiva, amparada por conteúdos audiovisuais.
3- Museu Nacional do Brasil (Rio de Janeiro, Brasil)
O Museu Nacional do Brasil é outro caso triste de danos ao acervo ocorridos por causa de acidentes. O edifício, fundado como instituição científica em 1818, sofreu um incêndio em 2018, perdendo parte substancial de seu acervo. Mas através de sua exposição virtual é possível reviver a riqueza dos materiais perdidos. A visita disponibilizada digitalmente, apresenta imagens do acervo antes do incêndio em 8 exposições. A experiência digital funciona como uma lembrança daquilo que o museu um dia foi, oferecendo um tour guiado. Vale lembrar que o Museu Nacional do Brasil possui departamentos que abrangem várias áreas de conhecimento. Obras que trabalham, por exemplo, história e antropologia, bem como trabalhos dedicados à botânica.
Aproveite a visita
Estes são apenas alguns museus no mundo que oferecem exposições virtuais. Para os interessados, uma busca simples na internet pode revelar interessantes opções de visitação online, que contemplam acervos surpreendentes ao redor do mundo. Investir, juntamente com sua escola e alunos, neste tipo de atividade, além de ajudar a preservar o trabalho dos museus, pode ser uma excelente opção de trazer dinamismo para o ensino remoto. Que tal experimentar?